Paciência

A paciência é a capacidade de suportar e apreciar com regozijo e perseverança todas as manifestações da Vida, mesmo as mais duras ou contrárias aos nossos interesses, desejos e expectativas. A paciência é sobretudo a capacidade de aceitar e apreciar as coisas como elas são, livres dos nossos esquemas, preferências e exclusões mentais e emocionais, livres das nossas tentativas de manipulação e controlo. A verdadeira paciência não é jamais uma resignação passiva, mas uma abertura ativa da consciência e do coração às dimensões mais profundas e imprevistas da realidade, por mais estranhas, inóspitas e incómodas que pareçam ser enquanto nos fechamos a elas. Não há paciência sem sabedoria, liberdade, amor, compaixão, alegria e gratidão.

A paciência torna-nos mais fortes, ou seja, mais sensíveis, flexíveis e ternos e menos rígidos, obstinados e duros. A paciência abre-nos a uma sempre maior compreensão e aceitação de nós, dos outros e do mundo, tal como vamos / vão sendo e não como achamos que deveríamos / deveriam ser, ao mesmo tempo que nos inscreve num horizonte de desenvolvimento ilimitado.

A paciência não se limita ao atual, mas abre-se também ao possível. Somos verdadeiramente pacientes quando aceitamos e assumimos tudo o que de melhor pode e podemos vir a ser e não nos demitimos de o realizar, movidos por amor, compaixão e perseverança, para o bem de tudo e todos. A paciência liberta-nos então de juízos e ressentimentos e conduz-nos à criatividade.

Autor: Paulo Borges. Copyrights iLIDH 2015-